segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Uma longa pausa

A partir desta semana, inicio uma forte maratona de processos de seleção para o mestrado. Será um período intenso de ajustes no projeto de pesquisa, estudo para as provas e revisão bibliográfica. Tudo isto conciliado com um ritmo intenso de trabalho e atenção sumamente necessária à minha família.

Porque estou dizendo isso? Porque o este blog vai ficar de fora de minha vida nos próximos meses. O tempo é uma grandeza finita e limitada, e não cabe tudo nele. Por isso terei que deixá-los.

Permaneco no Twitter enquanto isso. É só procurar por @paulorobsilva, que estarei lá.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Senatus

Reproduzo aqui a discussão que abri no Pandorama:
Um dado interessante: Senatus, em latim, significa conselho dos anciãos. Toda sociedade antiga tinha uma instituição parecida: uma reunião dos senhores de família da cidade, que ocupava função de governo ou de conselheira do príncipe.
No Brasil, esta palavra está recuperando seu sentido antigo, de uma nova forma. De fato, o nosso Senado parece uma reunião de gente esclerosada. Um asilo ou um bingo de igreja. Talvez um bingo dentro de um asilo.
Mas, pensando melhor, acabo de escrever uma bobagem. Diferentemente dos nossos senadores, os idosos que frequentam bingos ou moram em asilos merecem todo o nosso respeito. Principalmente os doentes, que sofrem de Alzheimer. Para ser fiel ao latim, a Câmara Alta brasileira deveria mudar de nome para Rapinatus, ou bando de ladrões.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Deus e o estado laico

"Sob a Proteção de Deus" - por Dr. Ives Gandra Martins Silva
Fonte: Jornal do Brasil – 02/01/2007
Fui procurado por alguns cidadãos, que pretendem iniciar um movimento para retirar, das repartições e de todas as dependências dos 3 Poderes, quaisquer símbolos religiosos, sob a alegação de que o Estado brasileiro é laico.
Pediram o meu apoio -possivelmente como uma provocação - atribuindo-me força, como formador de opinião, capaz de tornar vitorioso o movimento.
Com o respeito que sempre tenho para com as pessoas que defendem teses opostas à minha, disse-lhes que se haviam equivocado, ao buscar a minha adesão, por duas razões fundamentais. Em primeiro lugar, porque sou apenas um cidadão comum, que exerce seu direito de expressão. Não me considero formador de opinião e até me espanto que os jornais ainda dêem guarida a meus contínuos protestos em defesa da cidadania.
Em segundo lugar, sou um respeitador da Constituição –embora muitas vezes a critique- e, sem a retirada da expressão “sob a proteção de Deus”, que consta do preâmbulo do texto supremo, o movimento que pretendem iniciar parece inconstitucional.
A troca de e-mails, em que expus meu ponto de vista, acabou com esta resposta, não sabendo se o movimento continua ou não.
O certo, todavia, é que se faz necessário, de uma vez por todas, deixar claro uma coisa: “Estado laico” não significa que aquele que não acredita em Deus tenha direito de impor sua maneira de ser, de opinar e de defender a democracia. Não significa, também, que a democracia só possa ser constituída por cidadãos agnósticos ou ateus. Não podem, ateus e agnósticos, defender a tese de que a verdade está com eles e, sempre que qualquer cidadão, que acredita em Deus, se manifeste sobre temas essenciais – como, por exemplo, direito à vida, eutanásia, família etc.- sustentar que sua opinião não deve ser levada em conta, porque é inspirada por motivos religiosos. A recíproca, no mínimo, deveria ser também considerada, por tal lógica conveniente e conivente, e desqualificada a opinião de agentes ateus e agnósticos, precisamente porque seus argumentos são inspirados em sentimentos “anti-Deus”.
Numa democracia, todos têm o direito de opinar, os que acreditam em Deus e os que não acreditam.
Mas, na democracia brasileira, foram os representantes do povo, reunidos numa Assembléia Constituinte considerada originária, que definiram que todo o ordenamento jurídico nacional, toda a Constituição, todas as leis brasileiras devem ser veiculadas “sob a proteção de Deus”, não podendo, pois, violar princípios éticos da pessoa humana e da família.
Parece-me que os ateus e agnósticos - que se auto-outorgaram o direito de ser os únicos a opinar na democracia brasileira - teriam que começar por mudar o preâmbulo da Lei Maior. Para serem mais fiéis a seus princípios, o preâmbulo poderia dizer:
“Nós, representantes do povo brasileiro, ….. promulgamos, sem a proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL”.

Comentário: últimamente os ateus e agnósticos andam muito ofendidos por qualquer coisa. Daqui a pouco irão colocar os crentes (inclusive os budistas, que têm uma espiritualidade não qual não existe necessariamente um Deus) na fogueira.