sábado, 9 de outubro de 2010

Desmistificando as estatísticas do aborto

Quem me acompanha neste blog bissexto sabe que o tema do aborto é de nosso interesse. E quem acompanha o debate eleitoral percebeu que este se tornou o assunto do dia. Como uma das acusações recorrentes de quem é a favor do aborto é que nós, pró-vida, não discutimos o tema sob o ponto de vista da saúde pública, fui levantar direto no Datasus os dados sobre morbidade materna, tão alardeados pelo abortismo.
O resultado é surpreendente. Sim, o aborto é um problema de saúde pública, mas NÃO, NÃO É a principal causa de morte materna no Brasil. De acordo com os dados preliminares de 2008, as principais causas de morte materna durante o parto são:
  • Eclâmpsia: 11,9%
  • Doenças causadas pelo HIV: 5,6%
  • Hipertensão gestacional com proteinúria: 5,4%
  • Hemorragia pós-parto: 4,4%
  • Descolamento prematuro da placenta: 4,4%
  • Aborto não espontâneo: 4,4%
Ou seja, se é uma questão de prioridade, as autoridades sanitárias precisam se voltar para as questões alimentares e cardíacas, responsáveis por duas das principais causas de morbidade materna no país: eclâmpsia e hipertensão gestacional. Nestes casos, fala-se em reduzir o consumo de sódio. Por que, no caso do aborto, fala-se em uma solução que aumenta o problema, ao invés de reduzi-lo?
Quando abrimos os dados específicos sobre mortes causadas por aborto não espontâneo, descobrimos que a maioria das mortes - 31% dos casos - é causada por inflamações ou complicações no trato genital ou outros órgãos pélvicos. Ou seja, é causada pelo aborto realizado em más condições sanitárias, provavelmente em estabelecimentos clandestinos. Nisto os dados estão de acordo com o discurso pró-aborto.
Agora vamos: quando se identifica um problema sanitário em qualquer estabelecimento, inclusive restaurantes, as autoridades sanitárias interditam-no. A solução do problema de saúde pública ligado ao aborto passa por aí. Não é assim que se tratam os estabelecimentos que falsificam remédios?
Não quero fechar o assunto, mas apenas provocar o debate, trazendo elementos para discutir o aborto como questão de saúde pública sim, mas não de forma rasa.

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