O resultado é surpreendente. Sim, o aborto é um problema de saúde pública, mas NÃO, NÃO É a principal causa de morte materna no Brasil. De acordo com os dados preliminares de 2008, as principais causas de morte materna durante o parto são:
- Eclâmpsia: 11,9%
- Doenças causadas pelo HIV: 5,6%
- Hipertensão gestacional com proteinúria: 5,4%
- Hemorragia pós-parto: 4,4%
- Descolamento prematuro da placenta: 4,4%
- Aborto não espontâneo: 4,4%
Quando abrimos os dados específicos sobre mortes causadas por aborto não espontâneo, descobrimos que a maioria das mortes - 31% dos casos - é causada por inflamações ou complicações no trato genital ou outros órgãos pélvicos. Ou seja, é causada pelo aborto realizado em más condições sanitárias, provavelmente em estabelecimentos clandestinos. Nisto os dados estão de acordo com o discurso pró-aborto.
Agora vamos: quando se identifica um problema sanitário em qualquer estabelecimento, inclusive restaurantes, as autoridades sanitárias interditam-no. A solução do problema de saúde pública ligado ao aborto passa por aí. Não é assim que se tratam os estabelecimentos que falsificam remédios?
Não quero fechar o assunto, mas apenas provocar o debate, trazendo elementos para discutir o aborto como questão de saúde pública sim, mas não de forma rasa.
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