sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Sobre ditaduras e ofensas

Chamar a ditadura militar de "ditabranda" já pode ser considerado questionável. Ofender Maria Victória Benevides e Fábio Konder Comparato por suas posições contra a ditadura militar é terrível em um jornal que afirma ter "Rabo Preso com o Leitor". Segue abaixo a carta que enviei à Folha de São Paulo, e a simpática nota que motivou a carta e este post:

Nota da Folha (publicada no Painel do leitor de hoje):

A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa.

Carta:

Branda ou não, uma ditadura é sempre ditadura. Condenados ou não, as pessoas morreram nos porões da ditadura. Isto o Estado Brasileiro o reconhece, por meio de sua comissão de anistia. Por isso, aqueles que se opuseram a ela, sejam democratas liberais ou marxistas militantes, merecem respeito, uma vez que optaram por remar contra a corrente. Quem valoriza a dignidade humana deve reconhecer o valor de quem se dedica a uma causa, mesmo que discorde dela. Na hora em que Maria Victória Benevides e Fábio Konder Comparato recebem a gentil alcunha de cínicos e mentirosos, penso que Cláudio Abramo enfrentou o general Silvio Frota em vão.

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